Uma das principais premissas de qualquer bom modelo de custos gerenciais é que a informação de custos seja a mais próxima possível da realidade, pois caso esta premissa não seja verificada, a qualidade das eventuais decisões tomadas pode ser altamente prejudicada.
Com este enfoque, o FERCUS trata a valorização de insumos de produção e itens de almoxarifado considerando o seu valor mais próximo possível do mercado. O ideal seria o valor da cotação do item no período de apuração. Porém, este processo de coleta de informações pode ser inviável em função da quantidade de itens envolvidos. Portanto, a solução mais adequada seria considerar o valor da última compra atualizado pela condição de pagamento.
Em relação ao custo de equipamentos, instalações e investimentos, o conceito adotado pelo FERCUS é o Custo de Recuperação de Capital (CRC).
Diferente do conceito de depreciação, que tem por finalidade satisfazer os objetivos fiscais, onde o importante é depreciar o valor do investimento o mais rápido possível, dentro do permitido pela lei, de forma a transformar o investimento em despesa para abater a carga fiscal.
O conceito de Custo de Recuperação de Capital (CRC) é muito mais próximo das premissas gerenciais, pois o objetivo é que faça parte do custo do processo a remuneração do capital investido em todos os recursos de produção. Outra visão importante em relação ao Custo de Recuperação de Capital é que ao final da vida útil de um determinado recurso, o CRC (que não é desembolso…) garanta a substituição deste por um novo. Permitindo assim que o próprio processo seja sustentável sem exigir novos investimentos para sua continuidade.
Este é um quesito que apresenta alguns critérios para a sua manipulação.
Em qualquer outro sistema de produção não é comum um período muito extenso de parada como acontece normalmente no setor sucroalcooleiro. Talvez seja por este motivo que este conjunto de informações de custos seja algumas vezes mal entendido por consultores sem a vivência necessária no setor.
Os custos de entressafra compreendem os custos de manutenção no período de entressafra e custos fixos quando o recurso não executou nenhuma atividade, também chamados de despesas de entressafra.
Dentre os critérios possíveis para manipulação destes custos está a alocação destes para o período de safra imediatamente anterior à entressafra em questão. Um dos argumentos a favor deste critério é que estes custos de entressafra se devem ao desgaste ocorrido durante o período no qual estes recursos trabalharam, ou seja, na safra anterior.
O conceito utilizado na metodologia do FERCUS é considerar a alocação dos custos de entressafra para a safra seguinte. Desta forma, os custos totais dos recursos e processos já embutem o efeito destes custos de entressafra no período de apuração e na apenas no final do ano safra.
Assim, o modelo de custos satisfaz de maneira muito mais adequada a premissa inicial de ter o custo bem mais próximo da realidade.
Os dados no Sistema FERCUS estão dispostos em entidades cujo correto entendimento facilitará o domínio no uso do sistema.
As principais estruturas de dados e seus respectivos conceitos são apresentados da seguinte forma:
Processos: representam os macro-processos produtivos.
Departamentos: representam grupamentos de recursos da empresa.
Contas de Despesas: referem se ao custo dos insumos utilizados pelos recursos da empresa. Define a estrutura de custo dos Departamentos.
Operações/Atividades: tarefas executadas pelos recursos e apontadas.
Produtos: combinação de um ou mais Processos. Representam os produtos finais os quais se deseja custear.
Os Processos e os Departamentos, devido à complexidade das informações que representam, são formados por uma estrutura em níveis, com até três níveis de profundidade.
Tanto os Processos quanto os Departamentos são entidades acumuladoras de custos, porém, o enfoque destes custos é que muda. Enquanto os custos acumulados nos Processos representam os custos dos produtos e/ou macro-processos, os custos acumulados nos Departamentos referem-se ao custo dos insumos consumidos pelos recursos da empresa, justamente para executarem as atividades. É como se fossem os dois lados da mesma moeda.
Sem dúvida, um dos resultados mais importantes do Sistema FERCUS, são os benefícios gerados pela possibilidade de otimização nos processos produtivos cujo os pesos são mais representativos no custo global dos produtos.
Ou seja, não resolve aperfeiçoar um processo, às vezes injetando investimentos consideráveis, ou reduzir seu custo eliminando mão-de-obra, sendo que este influi de maneira pouco incisiva no custo final de um produto. A grande dificuldade está em saber quais processos e atividades representam pesos maiores nos custos finais.
Em função disso, pode-se perceber a grande vantagem em se possuir uma ferramenta gerencial que possa fornecer informações confiáveis, a partir de um enfoque sistêmico da empresa, “conversando” com outros sistemas de controle e captando dados “on line”, para auxiliar de maneira efetiva no processo de tomada de decisão.
É importante ressaltar que, na grande maioria dos casos, uma boa e inicial otimização de processos obtida a partir de análises sobre os resultados gerados pelo Sistema FERCUS pode, com certeza, retornar todo o investimento feito na aquisição e implantação desta ferramenta.
Existem muitos outros benefícios inerentes à utilização de uma ferramenta de custos como o Sistema FERCUS, as quais os responsáveis pela empresa saberiam aproveitar de maneira efetiva.
O sistema funciona como uma plataforma inteligente de dados e informações. Ou seja, é como se você tivesse, à sua disposição, um novo departamento de gestão, trabalhando em tempo real. A cada nova entrada, os cálculos são realizados automaticamente e todo o sistema é atualizado com os novos resultados. É um método de automação da sua gestão.
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