Por Danilo Sidney Mattos – Consultor Agrícola da GAtec
A agricultura foi a primeira revolução tecnológica da humanidade determinando uma nova forma de como se viver, modificando a noção de tempo, desenvolvendo a perspectiva de futuro, moldou as regras de convivência em sociedade, estabeleceu as primeiras relações econômicas e estruturou os primeiros mitos religiosos monoteístas (ANTUNES, 2018).
Após 10 mil anos desde os primeiros registros históricos de seu início, a agricultura segue inovando, incorporando tecnologias e estabelecendo novas dinâmicas de produção e de consumo.
As recentes mudanças na ordem econômica mundial que após um século de dominância dos EUA e Europa, estão perdendo o protagonismo mundial devido ao crescimento do consumo de China e Índia. Essa inversão vem sendo sustentada no grande crescimento econômico das economias orientais devido a um maior liberalismo comercial, reformas econômicas, da livre circulação de capitais e da transferência de tecnologias. Porém, o crescimento populacional global e principalmente de países orientais os quais necessitam de grandes demanda por alimentos e energias extrapolam os limites de sua própria economia.
A ONU prevê que a população mundial irá alcançar 9 bilhões em 2050 e 11 bilhões de pessoas até o final do século 21. Assim, a produção de alimentos terá que dobrar até 2050 para alimentar o mundo. Garantir alimento para a população mundial será o maior desafio já enfrentado pela humanidade devido ao grande impacto que isso poderá gerar nas mudanças climáticas (ANTUNES, 2018).
Essas grandes mudanças juntas posicionam a América do Sul devido ao seu grande potencial agrícola como grande alternativa na solução dessa demanda global de alimentos. O continente sul-americano vislumbra a posição de grande celeiro mundial de alimentos e energia nas próximas décadas.
Para imaginar o futuro, devemos questionar o passado e, para questionar o passado, precisamos entender o presente. Observando o mundo atual, a grande tendência é o surgimento exponencial de novas tecnologias que formarão a base para tudo o que está por vir na indústria e na agricultura. Assim, como provedor de comida, a necessidade mais básica na hierarquia de necessidades humanas, o consumismo faz a agricultura assumir um papel que vai muito além de um propósito nutricional, evocando uma economia lucrativa no fornecimento de energia e matérias primas para diversos setores industriais.
O crescimento da população, mudança na dieta humana, a urbanização e as mudanças climáticas são apenas uma das pressões em grande escala que estão forçando a digitalização da agricultura. As limitações de recursos e condições ambientais instáveis estão refletindo na cadeia de suprimentos de grandes ramos industriais.
Os avanços tecnológicos tem sido a força motriz para o aumento dos níveis de produção alcançados na agricultura contemporânea. Estão sendo desenvolvidas cada vez mais variadas aplicações para o fornecimento de soluções digitais para os espaços agrícolas, nos quais podemos destacar o desenvolvimento de sensores que medem variáveis de solo, o crescimento das plantas e as condições de armazenamento. Assim, como tratores autônomos com possibilidades de operação 24 horas, que minimizam perdas nas culturas e análise de imagens por drones e satélites.
A inteligência artificial, big data e nanotecnologias são fatores-chave para entender esse processo de mudança na agricultura, e seus efeitos para segurança alimentar. Um futuro onde as propriedades agrícolas sejam cuidadas por drones, fornecendo análises em tempo real da saúde das lavouras e, com a convergência da tecnologia de sensores, permitindo a aplicação localizada de insumos.
Um futuro onde todos os agricultores, consumidores e especialistas em saúde estejam conectados a um banco de dados mundial. Segundo Dr. Corbett, fundador e diretor-executivo da aWere Inc., empresa de inteligência agrícola de Broomfield no Colorado, a obtenção de um grande volume de dados no terreno, seu processamento e a devolução de informações ao produtor será o grande motor para otimização e aumento de eficiência que chegará a cadeia de valor da agricultura. Os agricultores podem plantar conforme as reais demandas, organizar cooperativas e tornar suas vendas mais eficientes.
Esse controle completo da cadeia de valor da agricultura fortalece o surgimento de uma economia compartilhada, facilitando a interconectividade entre as pessoas. Isso torna a rastreabilidade do processo mais acessível à pessoas relacionadas a cadeia de valor até o consumidor final (FROTA, 2015).
Se a rastreabilidade dos processos agrícolas é tão benéfica, devemos entender as razões que dificultam sua adoção, e os motivos pelos quais ainda estamos longe de ter uma agricultura digital estabelecida.
O conceito denominado “Smart-farm” é designado à propriedade que emprega práticas cada vez mais eficientes, produtivas, e inteligentes no contexto de uma crescente utilização de novas tecnologias e inovação. A agricultura contemporânea está repleta de tecnologias e inovações digitais, forçando cada vez mais o produtor a uma crescente necessidade de digitalização dos seus processos produtivos.
Embora o setor tenha sofrido uma rápida modernização, em termo de digitalização concomitante com a quarta revolução industrial, esta evolução trouxe consigo desafios sem precedentes. Os desafios mais proeminentes na relação entre a agricultura e às maquinas consiste na manipulação e gerenciamento de dados, interoperabilidade e comunicações. Os dados assumem papel central na agricultura moderna.
Desta forma, produzir informações a partir das máquinas pode ser tarefa relativamente simples. Assim o produtor tem acesso a uma grande quantidade de dados gerados na lavoura em tempo real e recursos para seu arquivamento. No entanto, é quase impossível gerenciar e analisar essa grande quantidade de dados com a finalidade de gerar conclusões significativas.
Ser capaz de quantificar o desempenho de práticas agrícolas permite uma melhor adequação de estratégias e práticas de gestão, ajudando a reduzir custos em termos de desperdícios e despesas com mão de obra. Logo, não há maior potencial para melhorar drasticamente a agricultura em termos de produtividade, eficiência e, sobretudo, sustentabilidade, que não seja através da adequada gestão e análise de dados. Podemos dizer que o gerenciamento adequado dos dados é uma forma econômica para racionalizar de forma holística e efetiva.
Um segundo desafio técnico se desenvolveu a partir dessa revolução tecnológica da agricultura decorrente da interconexão dos dispositivos. Logo muitas tecnologias especializadas estão sendo lançados para o mercado agrícola, assim alguns analistas preconizam que o avanço da robótica e a digitalização do agronegócio tem o potencial de mudar o modelo econômico da agricultura, assim a implementação de tecnologias, se adequadamente utilizada, irá aumentar a rentabilidade sem aumentar a área explorada. Uma vez que um sensor de solo cria um alerta de deficiência de algum nutriente, acidez ou umidade, não há uso algum para esta informação se máquina não tiver uma interface para reagir a essa informação e alterar a aplicação e corrigir para um patamar aceitável esse parâmetro (GILBERT, 2017).
A agricultura necessita de soluções que possibilitem fazer a ponte entre diferentes tecnologias e permita práticas colaborativas e de aprendizagem entre redes e sistemas inteligentes. As redes inteligentes de dispositivos podem poupar tempo e recursos, ao mesmo tempo, diminuindo a vulnerabilidade ambiental. Assim, o grande desafio da agricultura moderna que iremos explorar é a conectividade. Então, conectar-se à redes é fundamental para o desenvolvimento da área agrícola. O agricultor começa então a se tornar fortemente dependente de variadas tecnologias para produzir e captar dados e torná-los informações úteis.
Pensando nisso, a GAtec desenvolveu o software SimpleViewer. Essa ferramenta poderosa é capaz de buscar dados de qualquer base de dados estruturada, seja ela própria dos sistemas GAtec ou de outros players de mercado como SAP, Oracle, Senior, dentre outras.
O grande diferencial do SimpleViewer é a facilidade de acesso diretamente no browser (Chrome, Edge, IE, entre outros), basta uma conexão na internet. Assim o gestor pode gerar diversos tipos de Outputs dentro de dashboard’s dinâmicos transformando dados em informação úteis e facilitando a tomada de decisão.
Vale lembrar que a GAtec promove seu primeiro Webinar explicativo sobre as potencialidades do software SimpleViewer no dia 27/09/2018 às 10h.
INSCRIÇÕES GRATUITAS a partir do endereço web:
http://www.gatec.com.br/index.php/webnar-simpleview.html
Referências Bibliográficas
ANTUNES, T. J. Texto Agro é Pop. Revista Eletrônica, O Futuro das Coisas. Maio de 2018. Disponivel em: <http://ofuturodascoisas.com/agro-e-pop/>. Acesso em: 01 Jun 2018.
FROTA, R. The Future of Nutrition – Daring, Liberating, Tech Driven. Revista Eletrônica, O Futuro das Coisas. Novembro, 2015. Disponivel em: <http://ofuturodascoisas.com/the-future-of-nutrition-daring-liberating-tech-driven/>. Acesso em : 01 jun 2018.
GILBERT, A. Farming/ who is Driving the Industry’s. CHALLENGE ADVISORY, 2017.